segunda-feira, 11 de abril de 2016

Comboios, mais uma vez!


São 13h em Coimbra.
Mais uma vez estou dentro do comboio, desta vez com a mala verde em vez da rosa, sigo pelas últimas vezes as linhas que me levam para o estágio, para a Figueira da Foz.
Na minha cabeça passam apenas dois pensamentos "só faltam 2 semanas" , "quinta estou de volta".
Confesso que estou cansada, das viagens, da distância, da calma... Habituei-me de tal forma à agitação de Coimbra, que a calmaria de todos os outros lugares me faz confusão.
Pergunto-me como vai ser quando voltar, sem ninguém praticamente. Toda a gente se vai embora e talvez aquela cidade agitada, se torne também ela, calma demais para mim.

Posso tirar muitas coisas positivas destas 11 semanas, mas a mais importante e principal, é sem dúvida que posso e devo contar apenas comigo para sempre.
Só é possível contar comigo e com mais ninguém. Talvez seja egoísmo, egocêntrismo, solidão, o que for...mas vejamos, quantas pessoas tiraram uma tarde para me vir visitar à Figueira? Nenhuma. Quantas pessoas me fizeram companhia à espera do comboio? Ok, aqui duas talvez. Mas de todas as vezes que me senti sozinha, foi sozinha que tive que aguentar, tive que aguentar as coisas más e coisas boas sozinha.. e descobri que isso não é uma coisa má.
Percebi que até sou boa companhia, que até me suporto bem.
Descobri muita coisa sobre mim, uma maravilhosa, sinto-me mais inspirada no comboio, talvez por isso passe as viagens a escrever (a escrever a sério), descobri também, que me consigo controlar, que não me adianta de nada desatar a chorar que a única pessoa que me vai consolar vou ser eu, por isso controla-te.
Sei que vou ter saudades destes bocados comigo, papel, caneta, phones e tinta a correr nestas páginas, mas já só faltam duas semanas, e eu quero tanto voltar para "casa". Só há uma coisa, sobre a qual ainda não me atrevi a pensar muito, que é, quando voltar para casa, começa a contagem decrescente para o fim, e aí, até a minha "casa" vou ter que deixar.
Não seria capaz de mudar nada, apenas a parte do fim.

Agora, já são 13:25h e ainda falta, mas são só mais duas semanas e quinta já volto.



                                                                                                          3 de Abril de 2016

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Tenho 23 anos e conheço-te desde os 14.
Foi contigo que aprendi maior parte das coisas que sei. Aprendi como é o amor, a saudade, a perda, a dor, o ciúme e o melhor de todos, a felicidade, a felicidade extrema.
Desde os 15 anos que sei o que é amar alguém ( que não a nossa família) a sério.
Lembro-me da primeira vez que te approximaste, do primeiro beijo.
Tentei sempre esquecer as discussões, a dor, mas é impossível, porque isso faz parte de mim, e de ti..de nós.
Contigo percebi que os contos de fadas são "reais" e que têm sempre uma bruxa má (2,3,4,...), mas que só nos afetam se nós permitirmos e é claro que nós permitimos. Permitimos coisas impensáveis, que magoaram, que chegaram até a torturar sentimentos . Mas como estamos na vida real, não nos apercebemos do que estavamos a perder, tudo o que construímos estava a desaparecer.

Não posso dizer que foi/é, exatamente como nos contos de fadas, nunca poderei dizer que nos conhecemos, vivemos uma vida juntos e que tivemos um final feliz... e era mesmo aqui que queria chegar.     Alguém me pode explicar como um final pode ser feliz? Isso não é impossível?

Não quero nunca ter um final feliz contigo, nem triste...não quero um final e pronto!
Já tivemos um final e eu sei como foi.
Não existem finais felizes, pelo menos para nós nunca vai haver e eu prefiro assim.
Dizem que "tudo o que é bom acaba um dia", e até pode ser verdade, vejamos acaba o que é bom, segue-se o espetacular, o especial...há tanta coisa a seguir ao "bom".

Quanto a nós especificamente, claro que vamos ter muitos finais ao longo da nossa vida, mas não desses finais a sério, por exemplo, é claro que vamos ter um fim de namoro, mas segue-se o início de um casamento. Sei que vamos ter finais, mas serão os nossos e nunca o "final feliz" de uma história de encantar.


E no dia em que um de nós chegue ao seu fim (porque quer queiramos quer não isso vai acontecer), vamos ter a certeza de que fizemos tudo o que havia para ser feito, que há algumas coisas nos contos de fadas verdadeiras, como o facto de te amar até ao fim dos meus dias e talvez a parte mais verdadeira de um conto de fadas, é que é o amor que move o Mundo, pelo menos o Nosso Mundo...



                                           19/3/2016